domingo, 9 de novembro de 2008

RESUMO do MODELO ORGANIZACIONAL na ÁREA dos CUIDADOS PALIATIVOS e do VOLUNTARIADO

Educação nos Temas Ligados ao Fim da Vida e aos Cuidados Paliativos no Contexto Hospitalar


Trabalho apresentado no III Congresso Internacional de Cuidados Paliativos
Brasília, 27 a 29 de novembro de 2008

Autor: Adriana Thomaz – THOMAZ, A.
Médica clínica com atuação em Cuidados Paliativos e Saúde Mental ao Fim da Vida, Cuidados terapêuticos Psico-Oncológicos e Luto.
adriana.thomaz@gmail.com Tel: 55-21-9985-1049

Co-Autor: Fabio Kopp Vanuzzi – VANUZZI, F.K.
Médico geriatra com atuação em Clínica de Dor e Cuidados Paliativos.
fvanuzzi@terra.com.br Tel: 55-21-8145-7635

Hospital da Lagoa (Hospital do SUS) – Rua Jardim Botânico, 501, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Justificativa:
O programa GIRASoHL constituiu um projeto piloto com duração de dois anos, concebido de forma a fundamentar e organizar a prática do serviço voluntário voltado para o Fim da Vida realizado em Hospitais, oferecendo uma base sólida teórico-prática na Condução e Entendimento dos Processos da Morte e do Morrer e dos Cuidados Paliativos (CP), na dimensão bio-psico-social do ser humano. Teve início em 2005, no Hospital da Lagoa (HL), Rio de Janeiro, Brasil, e é dirigido à educação e formação do voluntário que, uma vez preparado e adequadamente treinado, realiza serviço de acolhimento ao paciente e sua família e oferece apoio aos Profissionais de Saúde no contexto hospitalar. O Treinamento do Voluntariado faz parte das condutas da OMS e foi publicado no NCP Clinical Practice Guidelines for Quality Palliative Care[1] em 2004, nos EUA.

Metodologia:
O conteúdo é apresentado aos voluntários, todos maiores de 18 anos, de qualquer área de atuação profissional, através de aulas teóricas e Dinâmicas de Grupo relacionadas ao tema da Morte seguidas de espaço para suas colocações de experiências anteriores com perdas e Luto. Estes encontros acontecem uma vez por semana por seis meses, quando então, começa o trabalho à beira do leito. É obrigatória a partir daí a participação no Projeto de Educação Continuada e de Supervisão, onde os casos são discutidos com o Coordenador, semanalmente, facilitando assim a exposição das questões emocionais dos voluntários e elaborando-se estratégias de ação. Após seis meses de prática / visitação sob supervisão, o voluntário está apto formar novos voluntários, passando a compor o grupo de educadores.

Objetivos:
O GIRASoHL tem como objeto de estudo a atenção a pacientes em estágio terminal, suas famílias e cuidadores além da Equipe de Saúde. O marco teórico procura combinar perspectivas das ciências sociais e do voluntariado. Objetiva educar e formar novos educadores que compreendem que o estágio terminal da doença é uma situação complexa que ultrapassa o limite do simplesmente biológico. Do ponto de vista do paciente há necessidade de inclusão de todas as dimensões da sua subjetividade – psíquicas, familiares, culturais e sociais –, o que é mais grave quando se trata de pessoas carentes de recursos sócio-econômicos, como é o caso da maioria dos Hospitais Públicos no Brasil.
O projeto tem como objetivo compreender as representações sociais e emocionais dos pacientes frente à expectativa da morte e aplicar a experiência de cuidados paliativos complementares aos oferecidos no Hospital, promovendo o movimento de humanização da atenção a pacientes terminais, suas famílias e profissionais de saúde envolvidos nos Cuidados Paliativos, na terminalidade da vida, ou na iminência da mesma. São utilizadas as técnicas de visitas e de observação participante. Os pacientes são acompanhados semanalmente, muitas vezes diariamente, pelos voluntários já treinados nos modelos descritos anteriormente. São oferecidos ainda, Grupos de acolhimento para os familiares enlutados e Grupos de Apoio dirigidos aos profissionais de saúde.

Conclusão:
Observamos que os pacientes muitas vezes percebem a iminência da morte sem falar diretamente sobre ela por não encontrarem “espaço” para tanto. Sentem sinais e sintomas físicos da proximidade da morte e percebem os “sinais” emitidos por familiares e pelos profissionais de saúde que deles tratam. Oscilam entre estados de negação e de aceitação, mantendo ou não esperança na reversão do quadro. Parecem muitas vezes conformados com o estágio atual, mas revelam incompreensão sobre o que lhes aconteceu, acontece e acontecerá. Alegam, por vezes, terem sido mal informados sobre os procedimentos médicos a que se submeteram. Conclui-se que ainda falta comunicação. Falta comunicação porque o Pacto de Silêncio ainda é uma realidade dentro da maioria dos hospitais caracterizando a FALTA DE EDUCAÇÃO PARA A MORTE. Desta forma, é de grande valia a participação do voluntário treinado e, portanto, capaz de sentar-se ao lado do paciente terminal, ouvi-lo nos seus momentos finais que passam por desabafos e até momentos de silêncio “sustentado”, tornando-se uma “ponte” entre o paciente e o profissional de saúde. O que se pretende com tal apoio emocional é ajudar o paciente a continuar VIVO até o momento de sua morte, ao invés de começar a morrer a partir do momento de sua internação ou até de seu diagnóstico de doença potencialmente fatal. Percebemos ainda, que há uma lacuna na formação e preparo dos profissionais de saúde para lidarem com a morte, o que faz necessário existir estudos e práticas de suporte à estes profissionais, para que eles, por sua vez, possam fornecer o devido suporte que lhes é exigido pelos pacientes e familiares.

A partir destas conclusões, desenvolvemos, além da visitação direta aos pacientes, outras ações:

1-Palestras proferidas pelos voluntários aos funcionários do Hospital, no tema da Finitude e dos Cuidados Paliativos humanizados.

2- Encontros com os familiares dos pacientes internados, utilizando RECURSOS DIDÁTICOS como a exposição de filmes, músicas e poesias, facilitando-lhes a expressão do sentimento e possibilitando a troca de experiências, o que caracteriza o trabalho do Luto Antecipatório.

3- Grupos de acolhimento para os familiares enlutados, no pós-óbito, durante seu processo de Luto, dando continuidade ao cuidado que receberam durante o tempo de hospitalização.

4- Grupos de Apoio dirigidos aos profissionais de saúde.

Sugestões foram dadas à direção do HL para a Humanização dos Cuidados Paliativos visando uma adaptação do “cenário do fim da vida”, evitando-se “isolar” o paciente no processo do morrer: No ambiente físico, detalhes como a presença de cores nas paredes, quadros, etc. O estabelecimento de um local reservado para relaxamento e/ou períodos de silêncio, favorecendo o respeito à dimensão espiritual (não se trata em absoluto de qualquer religião específica); O desenvolvimento da possibilidade do paciente (apto à) passear pelo espaço verde dos jardins do Hospital, sob supervisão, além do estímulo à presença constante de acompanhantes incluindo condições de alimentação oferecidas aos mesmos pelo Hospital.

Foi apresentado ainda à direção do Hospital, um projeto para a Normatização do Óbito Hospitalar.

A elaboração de um projeto a ser apresentado para a instalação de uma UNIDADE DE CUIDADOS PALIATIVOS no Hospital da Lagoa encontra-se em fase de conclusão.
Palestras foram proferidas no exterior para a disseminação deste modelo organizacional de Serviço Voluntário em CP nos EUA, Alemanha, Noruega e Itália, onde Dra. Adriana recebeu a acreditação e um grande estímulo para a continuidade do projeto de médicos e psicólogos renomados como Dr. William Breitbart, Dr. Martin Fegg, Dra. Karen Hagen e Dr. Gian Borasio.

Reflexões Finais

“A educação para a morte e a formação de formadores, ou seja, voluntários capazes de educar novos voluntários, capacitando-os para a continuidade do trabalho realizado no hospital, constituiu para mim, um princípio básico, essencial para a disseminação do que pode vir a ser um modelo de treinamento de voluntariado em hospitais. Relatos positivos foram ouvidos com freqüência, vindos dos funcionários do HL, dos pacientes e suas famílias, diminuindo talvez seus processos de solidão e sofrimento diante do encontro com a terminalidade e a finitude da vida, fazendo-se, portanto, o voluntário, de enorme importância à beira do leito. Pode-se ainda concluir que os voluntários sentem-se especialmente gratificados com o trabalho realizado por eles no GIRASoHL na medida em que relatam mudanças positivas significativas em suas vidas. Peter Temes afirma que quanto mais se foca em ajudar os outros, maior é o sucesso em atingir seus próprios objetivos e ainda cita Aristóteles e sua noção de que a felicidade não é um estado psicológico, mas moral, resultado de fazer o bem para o mundo.”
Adriana Thomaz

Concepção e Coordenação: Dra. Adriana Thomaz;
Responsável técnico no Hospital da Lagoa: Dr. Alcio Braz;
Suporte técnico especializado em Dor e Cuidados Paliativos: Dr. Fabio Kopp Vanuzzi.

[1] Projeto desenvolvido nos EUA pelo National Consensus Project que é formado pela American Academy of Hospice and Palliative Medicine, Center to Advance Palliative Care, Hospice and Palliative Nurses Association e National Hospice and Palliative Care Organization (http://www.nationalconsensusproject.org/ )

MODELO de Grupo de Apoio aos Profissionais de Saúde

MODELO de Grupo de Apoio aos Profissionais de Saúde - Cuidando de Quem Cuida

Objetivo: Possui a finalidade de compor um espaço de aprendizagem e troca diante da situação de perda e morte vividas pelo profissional de saúde no seu dia-a-dia.

Periodicidade: 10 encontros semanais de 50 minutos. Horários foram previamente combinados com a chefia dos setores.

Justificativa: Não há suporte profissional institucionalizado para ajudar no enfrentamento da morte ou das doenças graves potencialmente incuráveis. A vivência do stress pelo contato constante com a possibilidade e a ocorrência da morte pode ser pensada como uma vivência de um luto do profissional em relação aos pacientes perdidos e à sua situação de trabalho.
Na medida em que a morte é uma questão assustadora, temida e incômoda, o trabalho no hospital, onde o contato com a possibilidade ou ocorrência da morte é constante, pode provocar sentimentos muito intensos nos profissionais de saúde como medo, angústia, ansiedade e muitas vezes sintomas físicos. A morte de um paciente causa um impacto muito grande na identidade pessoal e profissional de toda a equipe que cuida do paciente. O modo como o profissional compreende o conceito de morte, bem como a forma que relaciona este conceito com sua própria existência e as suas vivências pessoais de perdas anteriores dentro e fora do âmbito profissional, são aspectos que influirão na sua atuação diante da morte.Pacientes e familiares projetam no profissional de saúde aspectos emocionais decorrentes da situação de hospitalização e/ou da gravidade da doença, o que leva o profissional a utilizar-se de mecanismos de defesa, para proteger-se da ansiedade gerada pela pressão dos pacientes, familiares e também pela cobrança pessoal.A negação da morte é um mecanismo constantemente utilizado pelos profissionais, o que acaba por impossibilitar o reconhecimento das angústias do paciente e familiares frente a morte, não favorecendo a elaboração do luto.
Conclusão:
• há uma lacuna na formação e preparo dos profissionais de saúde para lidarem com a morte.• há uma tendência, por parte de médicos, enfermeiros e psicólogos, em falar mais sobre vida, negando-se, muitas vezes, a iminência da morte. Esta posição pode inviabilizar a vivência do luto antecipatório.• a ausência de suporte profissional na instituição contribui para a não realização de trabalhos para ajudar no enfrentamento da morte tanto para as famílias quanto para os profissionais. A prática deste trabalho de enfrentamento é muitas vezes, de caráter informal.• a vivência do stress pelos profissionais de saúde devido ao contato constante com a possibilidade e a ocorrência da morte, tal como citado pela literatura, pode ser pensada, a partir dos sentimentos experienciados pelos sujeitos, como uma vivência de um 'luto do profissional' em relação aos pacientes perdidos e à situação de trabalho, com possibilidade de desenvolverem a Síndrome de Burnout.
• é necessário existir estudos e práticas de suporte aos profissionais de saúde que trabalham com Cuidados Paliativos, para que eles, por sua vez, possam fornecer o devido suporte que lhes é exigido pelos pacientes e familiares.


#Projeto Integração Corpo-Mente - Cuidando de Quem Cuida

A partir do Grupo de Apoio aos Profissionais de Saúde, surgiu o Projeto Integração Corpo-Mente, no qual alguns voluntários propuseram-se a continuar o cuidado oferecido aos profissionais de saúde do Hospital da Lagoa. Através de sessões de Massoterapia, Shiatsu e Reflexologia, técnicas de massagem específicas que os mesmos já dominavam anteriormente, o projeto se instalou nas dependências do ambulatório, em uma sala cedida para tal atividade, a partir de um agendamento prévio, feito no próprio hospital. As sessões aconteceram uma vez por semana, com duração aproximada de 1 hora, por 6 meses.
As terapias de toque oferecidas no Projeto Integração Corpo-Mente foram muito bem aceitas pelos profissionais, que se revezavam em filas para o agendamento das mesmas. Especialmente no hospital, onde o isolamento é uma constante, tais práticas definem-se como um trabalho importante cuja eficácia deveria ser avaliada a posteriori, no que diz respeito à diminuição dos índices de absenteísmo e Burnout entre estes profissionais, futuramente se constituindo em um objeto de pesquisa científica a ser elaborado com o apoio do Centro de Estudos.

MODELO DE SEGUIMENTO MENSAL

MODELO DE SEGUIMENTO MENSAL (Exemplo mês de setembro de 2006)
SEGMENTOS DO TRABALHO SETEMBRO 2006

Prioridades:
1- Condução clara dos casos acompanhados através da elaboração de Relatórios a aprtir do modelo apresentado – Disponível no Grupo Yahoo em “Artigos”
2- Elaboração dos documentos e Estatuto
3- Assinatura dos termos de Responsabilidade – Termo de Adesão ao Serviço Voluntário
4- Entrega de Foto para o crachá no Centro de Estudos
5- Montagem e distribuição do Folder
6- Contribuição mensal – atenção ‘as regras.
7- Filiação ao grupo Yahoo ( se usar computador) – Em caso de dificuldades neste item procurar o responsável.

Próximos Projetos

Projeto Cesta Básica – Alimentação – TURMAS 1 E 2

1- Elaboração do Projeto
2- Convênios com Supermercados
3- Elaboração de um Uniforme
4 -Elaboração do Folder para a distribuição
5 -Escala de Voluntários
6- Estratégias de recolhimento
7- Estratégias de distribuição – Parceria Mãos Amigas?


Grupo de Acolhimento à Enlutados - TURMAS 1 E 2

Grupo que se encontra 1 vez por semana no HL, destinado aos familiares em processo de Luto antecipatório ou não.
Condução: Turma 1 – Definir os voluntários
Participação da Turma 2
Aberto a Enlutados de fora do Hospital também.
Duração: 3 meses
Divulgação: Dr. Alcio, Psicóloga Sueli
Folder?
Voluntários em Atuação – Visitação – Convite pessoal

GIRABAZAR
-Mobilizar esforços na Captação de Doações
Internet
Telefone – Amigos, Família
Folder?
-DATA E LOCAL - DEFINIR

Para Refletirmos:

Projeto de Educação Continuada

Quando e Como estudamos?
O tempo tem sido suficiente?
Como contar com os atrasos?
Artigos pela Internet?
Como obedecer o calendário?
_______________________
Como estão nossos voluntários?
Distribuição de tarefas – Visitação e telefonemas – Fazer escala

MODELO de Prospecto para distribuição interna – APENAS TEXTO

Grupo Interdisciplinar de Reflexão e Atuação Solidária Humanitária e Livre

O Girasohl foi criado por um grupo de voluntários cuja meta é apoiar os pacientes, cuidadores e funcionários que passam por situações difíceis num Hospital.

No Girasohl todos são voluntários de diferentes formações que nem sempre são profissionais de saúde mas que passaram por um longo treinamento específico para proporcionar apoio emocional a você, no nosso Projeto de Educação Continuada.
O que o voluntário do Girasohl pode fazer por você
O voluntário do Girasohl está aqui para apoiar e ouvir você. Ele quer te oferecer um ombro amigo - é alguém com quem você pode se abrir, com quem você pode contar.Estar num Hospital pode ser uma situação nova, cheia de momentos difíceis e talvez nunca tenha acontecido com você e sua família antes - ou talvez você nunca tenha passado um tempo tão longo em um lugar assim, entre idas e vindas. Isso pode trazer dúvidas e preocupações. Novas situações e questões podem estar surgindo a todo o momento e lhe preocupando. O voluntário está aqui, sem respostas concretas sobre seu estado de saúde, mas totalmente disponível para conversar com você e para apoiá-lo exatamente agora, neste momento de incertezas e dúvidas - ele foi treinado para isso.
Como se dá a Visitação
Se você ainda não conhece o GIRASoHL, entre em contato com um voluntário que por ventura esteja visitando algum outro paciente perto de você, com seu médico ou fale com a enfermagem ou ainda, o Serviço de Assistência Social, que seu pedido chegará até nós.
As visitas serão feitas de acordo com o que for combinado entre você e os voluntários que se revezarão no seu cuidado. Se quiser, peça seus telefones para que você possa contatá-los quando sentir vontade, ou quando quiser pedir que eles o visitem em outro horário, o que será feito com prazer se eles estiverem disponíveis – muitos têm outros compromissos de trabalho e família além do serviço voluntário, mas entrarão em contato com outros voluntários disponíveis naquele momento.
Textos e Livros
Se você desejar, temos alguns textos e livros que podem também servir de apoio a você neste momento. Eles foram escritos por pessoas com muita experiência, que passaram grande parte da sua vida dedicadas a diminuir a dor daqueles que sofrem ou que estão num hospital. Pergunte ao voluntário que tipo de leitura ele sugere para você ou se você não estiver em condição de ler, ele poderá te ajudar nisso também.
Se alguém da sua família e/ou seu cuidador sente que também precisa de apoio, o Girasohl também pode ser útil para ele.
ALGUNS PROJETOS DO GIRASoHL
Visitação à Beira do LeitoComo já descrito, acontece com freqüência variável de acordo com a necessidade dos pacientes e a disponibilidade dos voluntários. Obedece a regras de Supervisão semanal dos voluntários por seu Orientador sendo obrigatório o contínuo aperfeiçoamento em atividades de Educação Continuada – Aulas e cuidados consigo próprios.
Grupo de Acolhimento CoLu É um grupo de apoio aberto a pessoas que passaram por perdas importantes e se encontram para compartilhar, trocar experiências, dando e recebendo "colo". O encontro acontece toda semana e dura 1 hora. Aberto para participantes de fora do Hospital e para as famílias que perderam seu ente querido no Hospital, oportunizando uma continuidade do trabalho realizado à beira do leito.
Cuidando de Quem CuidaTemos projetos de encontros, muitas vezes semanais, que chamamos de "Cuidando de quem cuida", orientados para apoiar a(s) pessoa(s) que cuida(m) de você aqui no Hospital: enfermeiras, médicos, auxiliares, dentre outros funcionários.
MeditaçãoA meditação é aberta para todas as religiões apesar de conduzida por um monge budista. Se você estiver em condições de sair do seu leito, venha meditar conosco. Você pode descer. Peça orientação ao seu médico e seja bem-vindo! * Terça-feira às 12 horas (meio-dia). Auditório B * Sexta-feira às 12 horas (meio-dia). Auditório A.

MODELO de Selo Social

(seria veiculado na Internet no site do GIRASoHL)

Seja uma Empresa que Acredita no Viver!

MOSTRE QUE A SUA EMPRESA TEM RESPONSABILIDADE SOCIAL. Como uma associação sem fins lucrativos, precisamos dividir com a comunidade empresarial essa causa.
É de empresários como você, dispostos a fazer a diferença na vida, que nosso Brasil precisa!
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Outro

( )Gostaria que meu nome/empresa constasse na lista pública de Sócios Contribuintes

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Projeto para Normatização do Óbito Hospitalar

(Este é um Resumo do Projeto apresentado à Direção do HL em abril de 2007.)

Histórico
Com o advento do HUMANIZA-SUS, sugerimos a reforma do necrotério /câmaras frigoríficas, constituindo-se num local digno de guarda dos pacientes que foram a óbito, aproveitando a oportunidade de humanizar-se a resolução do óbito hospitalar, uma vez que a infra-estrutura atual não permite qualquer condição de melhoria desta atividade, causando grande insatisfação aos clientes externos e internos do Hospital da Lagoa.

Objetivos Gerais:
·Humanizar o atendimento no que tange à remoção e liberação do corpo pelos familiares;
·Normatizar o óbito hospitalar objetivando maior apoio aos familiares.

Objetivos Específicos:
·Conscientizar os setores envolvidos no processo da complexidade deste momento;
·Normatizar os procedimentos relacionados ao óbito padronizando o atendimento;
·Orientar os familiares sobre os direitos legais e securitários;
·Agilizar a remoção do corpo.

Justificativa:
Uma vez solucionadas as deficiências infra-estruturais, surgirão as condições básicas para que seja normatizado o fluxo da resolução do óbito, envolvendo os setores médico, técnico, de enfermagem e administrativo, com vistas a padronização das rotinas e melhor assistência aos familiares e amigos das vítimas.

Referencial Teórico:
·As resoluções da Vigilância Sanitária, do Conselho Federal de Medicina.
·As teorias da Gestão da Qualidade Total, com os seus métodos de Análise e solução de Problemas e a utilização das Ferramentas da Qualidade.

Procedimentos Operacionais:
·Preparo do corpo após a morte;
·Encaminhamento de familiares à assistência devida do Estado do Rio de Janeiro (Funeral Gratuito);
·Abordagem adequada para doação e o encaminhamento de córneas;
·Procedimento operacional de sepultamento de membros;
·Procedimento operacional de retirada do corpo do frigorífico por pessoal preparado e designado para esta função;
·Procedimento operacional para expedição de “Guia Cadavérica”;
·Procedimento operacional para limpeza do Necrotério;
·Procedimento operacional de limpeza da câmara cadavérica;
·Procedimento operacional de manutenção do Necrotério;
·Procedimento operacional de resolução de óbito natimortos ou recém-nascidos;
·Procedimento operacional para segurança.

Resultados Esperados:

·Humanização do fluxo de liberação de cadáveres pelo hospital;
·Agilização do fluxo do óbito.
·Cuidado Humanizado às famílias enlutadas.
·Agilidade na liberação do corpo e da retirada do mesmo do frigorífico que deixará de ser realizada pelos próprios familiares do paciente falecido;
·Melhoria da satisfação de todos os envolvidos no processo do morrer no Hospital;

MODELO de Grupo de Apoio À ENLUTADOS – Familiares

MODELO de Grupo de Apoio À ENLUTADOS – Familiares e Entes queridos

Aberto ao público interessado em compartilhar e trocar experiências sobre a perda de um ente querido.

Local dos encontros: Auditório B, Hospital da Lagoa
Periodicidade: Semanalmente por 3 meses com duração de 1 hora.
Início: 27 de setembro de 2006

O objetivo principal do Grupo de Apoio CoLu é a troca de vivências, a livre expressão dos sentimentos e a possibilidade de falar sobre a perda de alguém especial abertamente. Através da troca de experiências, de conversas e de técnicas adequadas, os componentes do grupo auxiliam-se e confortam-se compartilhando a dor, a saudade e o luto e, desta maneira, revelam como cada um busca enfrentar a perda e continuar a vida. Pelas trocas realizadas, o grupo se faz um poderoso agente de transformação.

Coordenação: Voluntário designado.
Supervisão: Adriana Thomaz
Definição: O Grupo de Apoio é não diretivo, aberto e flutuante, isto é, participam as pessoas que quiserem, quando quiserem, sem qualquer ônus. Possui a finalidade de compor um espaço de aprendizagem e troca diante da situação de perda.
Justificativa: “O grupo é um agente de cura e a tarefa se constitui num organizador de processos de pensamento, comunicação e ação que se dão entre os membros do grupo” (Osório, 1991). Pode-se entender a cura “como um processo de transformação onde o grupo facilita a integração do sentir, pensar e agir na resolução de conflitos comuns” (Zimmerman e Osório, 1997). No Grupo de Apoio Voluntário observa-se primeiramente a identificação entre os membros, que através disto se dispõem a dividir seus sentimentos, reorganizá-los e redefini-los a partir da troca de experiências comuns.
Regras para o Funcionamento do Grupo de Apoio
-Nos encontros todos podem falar e ter acesso à palavra, obedecendo à condução do moderador daquele (s) encontro (s). Todos devem ouvir a todos; conversas isoladas, duplas, trios, etc. são comunicações que se perdem e que bloqueiam o alargamento das interações.
-As trocas e confidências realizadas devem ser mantidas como propriedade exclusiva do grupo, podendo com o consentimento prévio dos participantes, servir de material para estudo e publicações com fins didáticos, preservando-se a identidade dos mesmos.
-No Grupo de Apoio a palavra inicial será oferecida ao participante novo, após as devidas apresentações.
-As questões de cunho mais prático, tais como notícias, avisos, etc serão dadas ao final do Grupo de Apoio.
-O Núcleo de Educação Continuada, na pessoa de um ou mais voluntários, poderá entrar em contato com pessoas que sofreram perdas, fora do Grupo, sempre que existir um pedido explicito dos envolvidos (familiares, amigos, etc) após solicitada uma supervisão para o caso.


Como preparação dos Voluntários para a condução do Grupo de Apoio tanto aos Profissionais de Saúde quanto aos Enlutados, foi utilizada a bibliografia a seguir em forma de grupos de leitura/ Clube de Revista

ESSLINGER, Ingrid. De quem é a vida, afinal? São Paulo: Casa do.Psicólogo, 2004
Pitta A. Hospital: dor e morte como ofício. São Paulo: Hucitec; 1990.
Lunardi WD Filho, Sulzbach RC, Nunes AC, Lunardi VL. Percepções e condutas dos profissionais de enfermagem frente ao processo de morte e morrer. Texto & Contexto Enfermagem 2001 setembro/dezembro; 10(3):60-81.
Papadatou D, Martinson IM, Chung PM. Caring for dying children: a comparative study of nurses’ experiences in Greece and Hong Kong. Cancer Nurs: 2001; 24(5):402-12.
Kaunonem M, Tarkka MT, Hautamäki K, Paunonen M. The staff’s experience of the death of a child and of supporting the family. Int Nurs Rev 2000; 47:46-52.
Lourençon M. Auto percepção da aluna de enfermagem ao desenvolver relação de ajuda a familiares de crianças em fase terminal.Rev Latino-am Enfermagem 1998 agosto; 6(4):57-65.
Codo W. Educação: carinho e trabalho. Petrópolis (RJ): Vozes; 1999.

MODELO de Questionário de Avaliação para os Voluntários

MODELO de Questionário de Avaliação[1] para os Voluntários

Nome:
Idade:
Profissão:
Trabalho atual:
Estado Civil:
Número de filhos e/ou netos:
Mora com ____pessoas.

De casa até o Hospital leva:
A) menos de 30 minutos
B) mais de 30 minutos

1-O que o fez procurar um serviço voluntário?

2-Quando escolheu o GIRASoHL, você já sabia do que se tratava, ou seja, um trabalho voltado para Educação para Morte e Atendimento a Pacientes Fora de Possibilidade de Cura Atual e suas famílias?
A)Sim
B)Não

3-Você já havia feito Serviço Voluntário antes?
A)Sim
B)Não

4-Se sim, por quanto tempo?

5-Ainda mantém aquela atividade?
A)Sim
B)Não

6-Se sim, do que se trata e qual a freqüência?

7-Se não, por quê deixou aquela atividade?

8-Como você chegou ao GIRASoHL?

9-Você participa regularmente das atividades do GIRASoHL, ou seja, participa de 02 ou mais reuniões de Educação Continuada por mês há mais de 3 meses?
A)Sim
B)Não

10-Como você se sente em relação ao trabalho que está sendo realizado?

11-Como classificaria seu humor ao sair de casa para ir ao Hospital para participar das reuniões de Educação Continuada?
A)Tranqüilo e a vontade
B)Feliz
C)Apreensivo e ansioso
D)Triste
E)Não me sinto à vontade mas sei que estou fazendo algo importante e me sinto bem com isso.
F) Varia, de acordo com minha história de vida fora do Serviço Voluntário
G) Não sei

12-Você visita os pacientes a beira do leito?

13- Se sim, há quanto tempo?

14-Com que freqüência?

15-Como se sente ao finalizar o encontro com o paciente?
A) Tranqüilo, em paz
B) Feliz
C) Apreensivo e ansioso
D) Triste
E) Triste, mas sei que estou fazendo algo importante e me sinto bem com isso.
F) Satisfeito por estar sendo importante e fazendo o bem.
G) Depende da minha história de vida fora do Hospital
H) Não sei

16-Como você classifica o projeto “Falando de Morte”, com a utilização de materiais variados, desde áudio-visual até massinha, desenhos e vivências, realizado no grupo?
A) Bom
B) Muito bom
C) Ruim
D) Péssimo
E) Razoável

17-Como o projeto “Falando de Morte” tocou você?

18-Como você se sentiu ao pensar na sua própria morte?

19-Falar de Morte, dentro da proposta da educação para a morte, mudou alguma coisa na sua vida?
A) Sim, para melhor
B) Sim, para pior
C) Não
D) Não sei

20-Você se sente apto a realizar o trabalho junto ao leito dos pacientes fora de possibilidade de cura atual?
A) Sim
B) Não
C) Não tenho este objetivo, pretendo atuar como voluntário em outros projetos

21-O que você espera do trabalho voluntário relacionado ao tema da Morte?

22-Você já perdeu alguém muito próximo?
A) Sim
B) Não

23-Recebeu ajuda?
A) Sim, de amigos e parentes
B) Sim, especializada
C) Não

24-Como classifica a ajuda que recebeu?
A) Ótima
B) Boa
C) Insuficiente
D) Péssima

25- Você participou do projeto “Cuidando de Quem Cuida”, Grupo de Acolhimento aos Profissionais de Saúde do Hospital da Lagoa?
A) Sim
B) Não

26-Como classifica o projeto citado?
A) Bom
B) Muito bom
C) Ruim
D) Péssimo
E) Razoável

27- Como se sente ao finalizar estes encontros?
A) Tranqüilo, em paz.
B) Feliz
C) Apreensivo e ansioso
D) Triste
E) Triste, mas sei que estou fazendo algo importante e me sinto bem com isso.
F) Satisfeito por estar sendo importante e fazendo o bem.
G) Depende da minha história de vida fora do Hospital
H) Não sei

28-Você mudou seu entendimento sobre o Luto e os Cuidados Ao Fim da Vida após o treinamento teórico-prático recebido?
A) Sim
B) Não
C) Não sei

29-Se sim, qual era seu conceito anterior?

30-O que você entende por Luto?

31-Defina em 5 palavras o trabalho realizado pelo GIRASoHL

32-Defina em 5 palavras como você se sente em relação a sua experiência no GIRASoHL

33- Comentário livre (opcional)

34-Você autoriza a publicação/exposição ou uso em pesquisas e estudos de suas respostas, comentários e/ou parte deste questionário, sabendo que não haverá sua identificação nos mesmos?
A) Sim
B) Não

Assinatura, Local e Data _________________________________________________

[1] Questionário aplicado ao fim da conclusão do treinamento teórico-prático

MODELO de Relatório De Visitação para Voluntários

NOME DO VOLUNTÁRIO E DATA DA VISITA:

Nome do Paciente e Leito:

Como este paciente foi encaminhado ao grupo voluntário:

Diagnóstico nas palavras do paciente ou da família:

História da doença contada pelo paciente e/ou família:

Relatório da Visita:

- Cenário no momento da entrada do voluntário no quarto ou enfermaria:

- Recepção do paciente e/ou da família:

- Ocorrências durante a visita:
- Evolução:

- Duração da visita:

Intenção de Trabalho e Conduta de apoio a ser seguida pelo voluntário e data do próximo retorno acordado com o paciente.

Observações gerais: (inclui as impressões pessoais do voluntário inclusive auto-avaliação emocional após a visitação)

MODELO EDUCACIONAL PARA O TREINAMENTO TEÓRICO-PRÁTICO

MODELO EDUCACIONAL PARA O TREINAMENTO TEÓRICO-PRÁTICO

-Grupo de Estudos e Reflexão Sobre O Enfrentamento da Morte e do Luto no Contexto Hospitalar

A seqüência de aulas e vivências durante os anos de 2005 e 2006

Apresentação “oficial” do 1º projeto do GIRASoHL: FALANDO DE MORTE e formação do
Grupo de Estudos e Reflexão sobre o Enfrentamento da Morte e do Luto no Contexto Hospitalar

Cadastramento dos Participantes e apresentação individual para o grupo
Reflexão em grupo: Por que escolhemos ser Voluntários voltados para o acolhimento de pacientes, familiares e profissionais de saúde nos temas da morte, perdas e luto)?

A Morte para cada um de nós – Troca de Experiências
Oferta de material didático para estudo e leitura sobre o tema da Morte: Livros, Artigos e Sites

Vivência: Recontando a morte sob diferentes perspectivas - Recortes de jornal

Apresentação do material Audiovisual produzido pelo LEM – Laboratório de Estudos da Morte – USP

Vídeo: FALANDO DE MORTE – O IDOSO
Dinâmica: Música e Poesia: Leitura de Poesias e músicas relacionadas ao tema da Perda

Vídeo: FALANDO DE MORTE – O ADOLESCENTE

Vídeo: FALANDO DE MORTE – O PROFISSIONAL DE SAÚDE

Atitudes frente à morte e ao luto no ocidente e a importância da espiritualidade no fim da vida – visão de um Psiquiatra, Antropólogo e Monge Budista.

Apresentação do Vídeo: FALANDO DE MORTE – A CRIANÇA

Colocações pessoais: Falando de Morte

Discussão da viabilidade, planejamento e condução para o 1º. Projeto Prático: CUIDANDO DE QUEM CUIDA

Dinâmica: Músicas e poesias relacionadas ao tema da morte, perdas e luto
Vivência – Para Quem Deixarei os meus Sapatos? (Adaptação ao tema da vivência feita por Maria Margarida de Carvalho) e colocações pessoais de cada voluntário.

Estudo e Planejamento para o projeto Cuidando de Quem Cuida

Estudo dirigido: A criança escondida dentro de nós, de Maria Helena Pereira Franco

O paciente com uma doença crônica

A doença crônica: início; curso: progressivo; constante; reincidente; episódico; conseqüências; incapacitação; fases – de crise e terminal (critérios diagnósticos que indicam a fase terminal)

Proposta de dinâmica: Elaborando minha “caixinha de primeiros socorros” (Como eu posso cuidar de mim)

Aula e vivência em meio à natureza: Encontro no Parque lage. Ensaio do Coral.

Entendendo o paciente com câncer

Cuidados paliativos

Bioética: Definições e os aspectos éticos do morrer no hospital
Eutanásia, Distanásia e Ortotanásia

Técnicas de enfrentamento
O Voluntário e o luto no contexto hospitalar:
Definições, Fases , Tarefas e Considerações sobre Luto (Lindemann; Bowlby; Worden)

Estudo dirigido do artigo: A assistência ao luto, de Maria Helena Pereira Franco

Perdas e luto na família

Exibição de filme: Terra de Sonhos (In América), Irlanda, 2002

Entendendo o enlutado

Luto Antecipatório: Teoria e Dinâmica de grupo

Início do Projeto Cuidando de Quem Cuida: Grupo de Acolhimento aos Profissionais de saúde do Hospital da Lagoa

Implementação da Dinâmica de Grupo: Anjos Secretos

Condutas e Reações de um médico frente ao paciente terminal - Dr. Alcio Braz

Início do Atendimento à Beira do Leito

Entendendo o Processo do Morrer da Criança

Estudo dirigido do Artigo de Maria Helena Pereira Franco –“Quando a criança morre”
-Como enfrentar com a criança a proximidade da morte
-O que dizer a criança

Desenvolvimento do conceito de morte em cada fase do desenvolvimento infantil de acordo com Piaget e kane.
Apresentação do livro: O dia que o passarinho não cantou, de Valéria Tinoco e Luciana Mazorra – Falando de morte com a criança.

O Luto Infantil na perda de um dos pais e exibição de filme: Ponette, A Procura de Um Anjo - França, 1996

Colocações pessoais e avaliação do projeto Cuidando de Quem Cuida Confraternização e troca de presentes entre os “anjos”.– Finalização da dinâmica de grupo Anjos Secretos

Estudo Dirigido: O Paciente Terminal e a Negação da Morte Atuando Na Comunicação dentro do Hospital – Valéria Tinoco (extraído de seu TCC, 1997)

Distribuição e leitura do Questionário de Avaliação do GIRASoHL
Distribuição das Propostas e novos projetos de Atuação do GIRASoHL para 2006
Distribuição dos temas das aulas para o próximo semestre (para a nova turma) e programação da Educação Continuada para os voluntários que já completaram o período de treinamento teórico-prático seguida de Supervisão – atividades obrigatórias.
Apresentação individual de cada participante do GIRASoHL que já completou o período de treinamento do 1º. Curso de Formação para o Serviço Voluntário nas Situações de Morte, Perdas e Luto no Contexto Hospitalar
Entrega de Certificados e Festa de Confraternização
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2º. Grupo de Estudos e Reflexão Sobre O Enfrentamento da Morte e do Luto no Contexto Hospitalar - Início da Preparação dos Voluntários do 2º.Curso de Formação para o Serviço Voluntário nas Situações de Morte, Perdas e Luto no Contexto Hospitalar com o Projeto Falando de Morte e seguindo a programação básica da 1ª. Turma (2ª.Turma)

E ainda:

Vivência: A “Pior” Morte da Minha Vida – elaboração com desenho e dobradura (1ª e 2ª.Turmas)

Vivência: Encontrando com a morte – Recortes de jornal – notícias – Recontando a Morte sob a Minha Visão e a Visão de quem morreu. (1ª e 2ª.Turmas)

Autoconhecimento e Trabalho com Massinha: Como eu estou me sentindo agora? Como tenho me sentido durante as reuniões do GIRASoHL? (2ª.Turma)

PROJETO de Educação Continuada para a 1a. turma: O Voluntário no Contexto do trabalho junto aos pacientes Fora De Possibilidade De Cura Atual (1ª. Turma)
Refletindo: Quais foram os meus ganhos com o trabalho realizado até aqui e o que eu espero daqui pra frente? (1ª. Turma)

Dinâmica de grupo: leitura crítica em 2 grupos sobre o artigo de Anna Mautner: “Dê tempo à sua tristeza, ela precisa de respeito e aconchego” e colocações entre os grupos. (1ª e 2ª.Turmas)
Estudo de 2 Casos – Dinâmica de Grupo (1ª e 2ª.Turmas)

Avaliação de nossos ganhos e perdas de acordo com nossa vida fora do Hospital- elaborando o meu diário de perdas e ganhos (1ª. Turma)

Apresentação do material didático e dos resultados do Projeto Além dos Muros (1ª e 2ª.Turmas)

Luto Parental (1ª e 2ª.Turmas)

Apresentação oficial dos Resultados do Projeto Além dos Muros (Aberto ao Público)

Dignidade e Decisões no Fim da Vida (1ª e 2ª.Turmas)

Reflexão baseada na proposta existencialista de Victor Frankl para construção de Significado a partir do projeto de pesquisa de Shannon Poppito e William Breitbart no MSKCC em NY (1ª e 2ª.Turmas).

Referências Bibliográficas

# Referências Bibliográficas

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Faça Parte: Pesquisa Datafolha: A relação do brasileiro com o Voluntariado. Disponível em: http://www.facaparte.org.br/new/download/Pesquisa_data_folha_outubro_2001(4).doc, acesso em 25 de novembro de 2006
Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Voluntariado. Disponível em: http://www.einstein.br/voluntariado, acesso em 25 de novembro de 2006.

[1] Nem todas as referências bibliográficas foram citadas no texto deste trabalho, porém aqui estão por terem feito parte da elaboração do material didático utilizado na Formação e Treinamento dos Voluntários do GIRASoHL, conforme a seqüência de aulas e vivências relatadas nos ANEXOS.

Principais Dificuldades Enfrentadas e Perspectivas Futuras

Principais Dificuldades Enfrentadas:

Principal: O modo de encaminhamento dos pacientes e familiares para as atividades propostas pelo grupo, assim como para visitação a beira do leito. Não houve aderência suficiente por parte dos médicos e residentes.

E ainda:
-Divulgação e Validação do trabalho realizado pelo GIRASoHL junto ao Corpo Clínico/ Profissionais de Saúde.

-Não possibilidade de comunicação e troca de informações com os médicos sobre o quadro clínico e prognóstico dos pacientes “terminais” ou com Câncer internados.

- Pouca disponibilidade de horários dentro do turno de trabalho para que o profissional de saúde participe dos grupos de apoio educativos e de acolhimento.

-Falta de um espaço próprio (sede).

-Não encaminhamento a partir dos médicos clínicos e oncologistas do paciente terminal e sua família para ser acompanhado pelo GIRASoHL.

-Falta de Recursos Financeiros para a realização de atividades de ensino/ treinamento/ pesquisa e para ajuda aos familiares e pacientes de baixa renda que têm alta porém não conseguem se manter em casa em condições dignas.

-Falta de um funcionário habilitado e preparado para o cuidado com o corpo do paciente pós óbito, na “retirada” da “geladeira” e no “desembalar” do “pacote[1]”, realizado naquela época pelas próprias famílias enlutadas e em situações precárias, principalmente quando o óbito se dava durante o fim de semana.
-Dificuldade em proporcionar encontros de educação e instrução/ discussão sobre temas como Distanásia e Ortotanásia com os médicos e residentes.


#Perspectivas Futuras e Projetos do GIRASoHL

O estabelecimento jurídico da ONG GIRASoHL.
A atualização e desenvolvimento contínuo do Site www.girasohl.com.br
A implantação do Projeto GIRASoHL, Arte e Cultura com aulas de arte e pintura para os pacientes, familiares e cuidadores.
A condução e treinamento de novas turmas com a participação dos voluntários já treinados no corpo docente.
A implantação da sede e biblioteca.
A criação do selo GIRASoHL.
Produção Literária: A elaboração de material didático próprio - Manuais e Livros didáticos.
A implementação do Jornalzinho de circulação interna e material impresso de divulgação interna e externa.
A ampliação do sistema de treinamento didático e implantação de novos núcleos em outros hospitais, dentro e fora do Brasil.
A capacitação dos voluntários para novos projetos como o Home-Hospice e
do Hospice GIRASoHL, dentro do Projeto de Educação Continuada & Além dos Muros.
A Implantação de um Serviço de Ajuda Financeira e Cestas Básicas para os pacientes nos intervalos de suas internações ou quando recebem alta – Ajudando morrer em casa, com dignidade – Possível parceria com outras ONGs e Instituições Filantrópicas governamentais ou não.
A captação de recursos financeiros e o desenvolvimento de Parcerias e Atividades do 3º. Setor, que viabilizem os projetos acima mencionados.
A apresentação de um Projeto para a Implementação de uma Unidade de Cuidados Paliativos no HL.

[1] Termo utilizado rotineiramente para o corpo morto embalado em lençóis, entre os funcionários de vários hospitais no Brasil.

Conclusão e Reflexão Final

A presença do voluntário no cenário do Hospital, em particular do hospital público e carente de todos os tipos de recursos no Brasil, mostra-se de vital importância especialmente no que diz respeito aos processos de morte, perdas e luto. Há uma carência enorme de pessoal especializado, ou mesmo, preparado para lidar com tais situações. Acredito que grupos de reflexão e acolhimento aos profissionais de saúde, como o desenvolvido pelo GIRASoHL, abrem mais uma possibilidade: O papel do voluntário no contexto hospitalar enquanto Educador.

“Tornar o Brasil mais justo socialmente, de forma a possibilitar a cada brasileiro sentir-se parte ativa da construção de um novo país, sem excluídos, é um sonho no qual me proponho a investir, em parceria com tantas pessoas e instituições, para que se transforme, um dia, em realidade.
Não tenho dúvida de que uma mudança tão profunda passa, necessariamente, pela decisão de cada um de nós de participar desse mutirão em favor da vida.
E creio que essa transformação só pode se dar através da educação.”
Milu Vilela, O voluntariado como estratégia de educação
Artigo publicado no jornal O Estado de S Paulo, Terça-feira, 12 de março de 2002.

A educação para a morte e a formação de formadores, ou seja, voluntários capazes de educar novos voluntários, capacitando-os para a continuidade do trabalho realizado no hospital, constituiu para mim, um princípio básico, essencial para a disseminação do que pode vir a ser um modelo de treinamento de voluntariado em hospitais.
Na medida em que o GIRASoHL se estabeleceu na rotina do Hospital da Lagoa, relatos positivos foram ouvidos com freqüência, vindos dos pacientes e suas famílias, diminuindo talvez seus processos de solidão e sofrimento diante do encontro com a terminalidade e a finitude da vida, fazendo-se, portanto, o voluntário, de enorme importância à beira do leito.
Pode-se ainda concluir que os voluntários sentem-se especialmente gratificados com o trabalho realizado por eles no GIRASoHL na medida em que relatam mudanças positivas significativas em suas vidas. Em The Power of Purpose – Living Well by Doing Good, Peter S. Temes afirma que quanto mais se foca em ajudar os outros, maior é o sucesso em atingir seus próprios objetivos e ainda cita Aristóteles e sua noção de que a felicidade não é um estado psicológico, mas moral, resultado de fazer o bem para o mundo.

“Não sei se ser voluntária me torna uma pessoa melhor, mas com certeza me torna mais consciente da minha responsabilidade perante o outro ser humano, me faz repensar nos meus valores pessoais de vida e não me deixa acomodar diante dos desafios, me faz querer aprender mais para servir com mais qualidade e responsabilidade.”
(os grifos são meus)
Marlene de Oliveira, voluntária do Hospital Albert Einstein, São Paulo.

Portanto, este trabalho deixa uma questão a ser investigada: Voluntários e Pacientes Terminais: Quem Realmente Doa e Quem Realmente Recebe?

MODELO para Critérios de Seleção do Voluntário

O voluntário deve ser maior de 18 anos, de qualquer profissão e, além da assinatura de um Termo de Compromisso nos modelos da lei, de responsabilidade do Centro de Estudos, deseje se comprometer com o treinamento teórico-prático estabelecido como exigência para a atuação.

Metodologia e Recursos Didáticos Utilizados

O Treinamento Teórico-Prático

Obedecendo a um calendário proposto mensalmente e elaborado de acordo com as necessidades do grupo, as aulas teóricas e vivências foram organizadas em encontros semanais de cerca de 2 horas, o que se tornaria o 1º. Curso de Formação para o Serviço Voluntário nas Situações de Morte, Perdas e Luto no Contexto Hospitalar. Material didático produzido para cada aula era oferecido, assim como sugestão de leitura e estudo dirigido, cujos livros eram disponibilizados como empréstimo por 15 dias, quando então deveriam ser devolvidos e passados para outro voluntário.
As vivências obedeciam temas que favoreciam o encontro consigo, propiciando um maior autoconhecimento, onde, de maneira leve e lúdica, os voluntários falavam de si com muita profundidade. Contavam assim suas histórias pessoais e de morte, perdas e luto, compartilhando-as entre si. Segundo Joan Laird (1989), à medida que contamos histórias passamos a nos conhecer, construindo assim, identidades coerentes que extraem sentido do contexto social mais amplo e da nossa conexão com ele. Conforme afirma Susan Griffin (1993), toda história é uma parte de nós, de tal forma que quando as histórias são contadas e os segredos revelados sobre membros da nossa família ou sobre eventos trágicos ocorridos muito tempo atrás ou em lugares remotos, nossas vidas se tornam mais claras.
Além do material áudio-visual do Projeto Falando de Morte, desenvolvido pelo LEM, citado anteriormente, técnicas expressivas como recorte e colagem, desenho e pintura também foram usadas, assim como dramatizações e técnicas de expressão corporal. Após as aulas teóricas sobre as principais doenças como o câncer e o perfil psicológico do portador do câncer e suas relações afetivas, o grupo era convidado a perceber seus próprios sentimento e reações para que ao falar de morte, os voluntários desfizessem suas fantasias infantis e muitas vezes pertinentes sobre o tema. Foram elaboradas vivências com lápis de cor e de cera e massinha de modelar para que trabalhassem seus sistemas de crenças e conceitos sobre a morte, expressando seus conceitos pessoais, medos e raiva.
Perguntas como “Por que quero ser voluntário?”, também foram trabalhadas de forma lúdica, porém profunda, propiciando uma tomada de decisão sincera baseada no entendimento profundo de suas próprias motivações para a escolha de tal trabalho. A seqüência de aulas e vivências realizadas de maio de 2005 até fim de novembro de 2006 encontra-se no Anexo 1.
Ressalta-se ainda o website www.girasohl.com.br[1], veículo de informação e aprendizado onde encontravam-se informações sobre o projeto assim como a biblioteca virtual disponível e links interessantes para estudo e auto-ajuda.
[1] Atualmente o site está desativado.

Critérios de Avaliação da Atividade Educativa

“Como coordenadora e idealizadora do projeto, considero a Educação para a Morte o tema mais importante abordado e estudado pelo GIRASoHL além do acolhimento oferecido a beira do leito de morte dos pacientes hospitalizados.
"As condições físicas e emocionais daqueles que estão morrendo são tão precárias quanto o contato interno que temos com o tema da morte. Precisamos, com urgência, acolher nossa vulnerabilidade frente à morte. Falar sobre ela. Assim, juntos, poderemos desenvolver uma consciência coletiva mais preparada para lidar com as necessidades físicas, emocionais e espirituais daqueles que estão frente à morte." e posso acrescentar às sábias palavras de Bel César[1], terapeuta dedicada ao cuidado de pacientes frente à morte, que, em nosso trabalho, também nos preparamos para lidar com as necessidades de todos os integrantes da cena de morte no Hospital –médicos, enfermeiros, profissionais de saúde em geral, cuidadores, amigos e familiares. Daí a necessidade do intenso trabalho de preparação feito junto aos voluntários do GIRASoHL. Até a beira do leito existe um caminho a ser percorrido.
"Ao superarmos o preconceito de falar sobre a morte, atenderemos às nossas necessidades ainda não vistas e consideradas pelo mundo externo. No entanto, só seremos capazes de incluir a morte em nossas vidas quando admitirmos com honestidade onde estamos e para onde queremos ir", ainda citando Bel César, considero que o trabalho voluntário no tema da morte nos proporciona um enorme crescimento pessoal na medida em que nos confrontamos com nossos verdadeiros objetivos e muitas vezes os resignificamos: "Podemos escolher cuidarmos de nós mesmos. Podemos educar nossa mente a seguir positivamente, isto é, a reagir positivamente às adversidades. Podemos treinar a mente a atravessar as dificuldades em vez de negá-las ou de criar uma aversão por elas. Aquele que lida diretamente com suas dificuldades sabe seguir em frente sem se deixar prender por aquilo que deixou para trás." "Então, vamos encontrar um meio delicado e ao mesmo tempo direto para sondar este tema que desperta áreas obscuras e preconceituosas tanto em nossa cultura como em nosso mundo interno. Vamos falar de coração para coração. Sem preconceitos. Não há nada de errado em morrer quando as causas e condições amadurecem.”
Adriana Thomaz

[1] Bel Cesar é Terapeuta. Dedica-se ao atendimento de pacientes que enfrentam o processo da morte. Autora do livro "Morrer Não Se Improvisa". Citações retiradas do "Coletânea de textos sobre Cuidados Paliativos e Tanatologia" da UNIFESP, 2006.

OUTROS PROJETOS

-Projeto Além dos Muros – Disseminando o Modelo Organizacional do GIRASoHL

Através de palestras e Workshops em outras cidades do Brasil e fora dele, o GIRASoHL leva seu modelo organizacional de atuação voluntária no tema da Morte Perdas e Luto e dos Cuidados Paliativos, disseminando a valorização da Vida, vivida até o fim. No Brasil, além de São Paulo e Rio Grande do Sul, palestras foram proferidas na Noruega, e Alemanha, pela coordenadora Dra. Adriana Thomaz, que ressalta: “Acredito que tanto quem doa quanto quem recebe, ganha. É uma verdadeira troca. O serviço voluntário deve ser estimulado em todas as idades e classes sociais, por um mundo mais Humano e Livre. E pessoas internamente mais felizes e capazes de valorizar o aqui e agora, a única coisa que possuímos e que é realmente infinita nesta vida. Foram em pessoas mais felizes e plenas que os voluntários que colaborei para a formação, se transformaram. Por isso ir além dos muros. Formar formadores. Ensinar a ensinar”

Houve ainda a intenção do lançamento de um “Selo” (Eu acredito no Viver) com objetivo de alcançar apoio financeiro para os projetos em andamento e projetos vindouros, como a construção de um Hospice, porém tal projeto ainda encontra-se em elaboração teórica.

-Projeto para a Elaboração de uma Unidade de Cuidados Paliativos no HL

Está sendo desenvolvido por Dra. Adriana Thomaz com o apoio técnico do Dr. Fabio Kopp Vanuzzi, especialista em Clínica de Dor e Cuidados Paliativos pela UFRJ, e será apresentado aos órgãos competentes do SUS.

MODELO ORGANIZACIONAL na ÁREA dos CUIDADOS PALIATIVOS e do VOLUNTARIADO

Educação nos Temas Ligados ao Fim da Vida e aos Cuidados Paliativos no Contexto Hospitalar

Trabalho apresentado no III Congresso Internacional de Cuidados Paliativos
Brasília, 27 a 29 de novembro de 2008

Autor: Adriana Thomaz – THOMAZ, A.
Médica clínica com atuação em Cuidados Paliativos e Saúde Mental ao Fim da Vida, Cuidados terapêuticos Psico-Oncológicos e Luto.
adriana.thomaz@gmail.com

Co-Autor: Fabio Kopp Vanuzzi – VANUZZI, F.K.
Médico geriatra com atuação em Clínica de Dor e Cuidados Paliativos.
fvanuzzi@terra.com.br

Hospital da Lagoa (Hospital do SUS) – Rua Jardim Botânico, 501, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Justificativa: O programa GIRASoHL constituiu um projeto piloto com duração de dois anos, concebido de forma a fundamentar e organizar a prática do serviço voluntário voltado para o Fim da Vida realizado em Hospitais, oferecendo uma base sólida teórico-prática na Condução e Entendimento dos Processos da Morte e do Morrer e dos Cuidados Paliativos (CP), na dimensão bio-psico-social do ser humano. Teve início em 2005, no Hospital da Lagoa (HL), Rio de Janeiro, Brasil, e é dirigido à educação e formação do voluntário que, uma vez preparado e adequadamente treinado, realiza serviço de acolhimento ao paciente e sua família e oferece apoio aos Profissionais de Saúde no contexto hospitalar. O Treinamento do Voluntariado faz parte das condutas da OMS e foi publicado no NCP Clinical Practice Guidelines for Quality Palliative Care[1] em 2004, nos EUA.

Metodologia: O conteúdo é apresentado aos voluntários, todos maiores de 18 anos, de qualquer área de atuação profissional, através de aulas teóricas e Dinâmicas de Grupo relacionadas ao tema da Morte seguidas de espaço para suas colocações de experiências anteriores com perdas e Luto. Estes encontros acontecem uma vez por semana por seis meses, quando então, começa o trabalho à beira do leito. É obrigatória a partir daí a participação no Projeto de Educação Continuada e de Supervisão, onde os casos são discutidos com o Coordenador, semanalmente, facilitando assim a exposição das questões emocionais dos voluntários e elaborando-se estratégias de ação. Após seis meses de prática / visitação sob supervisão, o voluntário está apto formar novos voluntários, passando a compor o grupo de educadores.

Objetivos: O GIRASoHL tem como objeto de estudo a atenção a pacientes em estágio terminal, suas famílias e cuidadores além da Equipe de Saúde. O marco teórico procura combinar perspectivas das ciências sociais e do voluntariado. Objetiva educar e formar novos educadores que compreendem que o estágio terminal da doença é uma situação complexa que ultrapassa o limite do simplesmente biológico. Do ponto de vista do paciente há necessidade de inclusão de todas as dimensões da sua subjetividade – psíquicas, familiares, culturais e sociais –, o que é mais grave quando se trata de pessoas carentes de recursos sócio-econômicos, como é o caso da maioria dos Hospitais Públicos no Brasil.
O projeto tem como objetivo compreender as representações sociais e emocionais dos pacientes frente à expectativa da morte e aplicar a experiência de cuidados paliativos complementares aos oferecidos no Hospital, promovendo o movimento de humanização da atenção a pacientes terminais, suas famílias e profissionais de saúde envolvidos nos Cuidados Paliativos, na terminalidade da vida, ou na iminência da mesma. São utilizadas as técnicas de visitas e de observação participante. Os pacientes são acompanhados semanalmente, muitas vezes diariamente, pelos voluntários já treinados nos modelos descritos anteriormente. São oferecidos ainda, Grupos de acolhimento para os familiares enlutados e Grupos de Apoio dirigidos aos profissionais de saúde.

Conclusão: Observamos que os pacientes muitas vezes percebem a iminência da morte sem falar diretamente sobre ela por não encontrarem “espaço” para tanto. Sentem sinais e sintomas físicos da proximidade da morte e percebem os “sinais” emitidos por familiares e pelos profissionais de saúde que deles tratam. Oscilam entre estados de negação e de aceitação, mantendo ou não esperança na reversão do quadro. Parecem muitas vezes conformados com o estágio atual, mas revelam incompreensão sobre o que lhes aconteceu, acontece e acontecerá. Alegam, por vezes, terem sido mal informados sobre os procedimentos médicos a que se submeteram. Conclui-se que ainda falta comunicação. Falta comunicação porque o Pacto de Silêncio ainda é uma realidade dentro da maioria dos hospitais caracterizando a FALTA DE EDUCAÇÃO PARA A MORTE. Desta forma, é de grande valia a participação do voluntário treinado e, portanto, capaz de sentar-se ao lado do paciente terminal, ouvi-lo nos seus momentos finais que passam por desabafos e até momentos de silêncio “sustentado”, tornando-se uma “ponte” entre o paciente e o profissional de saúde. O que se pretende com tal apoio emocional é ajudar o paciente a continuar VIVO até o momento de sua morte, ao invés de começar a morrer a partir do momento de sua internação ou até de seu diagnóstico de doença potencialmente fatal. Percebemos ainda, que há uma lacuna na formação e preparo dos profissionais de saúde para lidarem com a morte, o que faz necessário existir estudos e práticas de suporte à estes profissionais, para que eles, por sua vez, possam fornecer o devido suporte que lhes é exigido pelos pacientes e familiares.
A partir destas conclusões, desenvolvemos, além da visitação direta aos pacientes, outras ações:
1-Palestras proferidas pelos voluntários aos funcionários do Hospital, no tema da Finitude e dos Cuidados Paliativos humanizados.
2- Encontros com os familiares dos pacientes internados, utilizando RECURSOS DIDÁTICOS como a exposição de filmes, músicas e poesias, facilitando-lhes a expressão do sentimento e possibilitando a troca de experiências, o que caracteriza o trabalho do Luto Antecipatório.
3- Grupos de acolhimento para os familiares enlutados, no pós-óbito, durante seu processo de Luto, dando continuidade ao cuidado que receberam durante o tempo de hospitalização.
4- Grupos de Apoio dirigidos aos profissionais de saúde.
Sugestões foram dadas à direção do HL para a Humanização dos Cuidados Paliativos visando uma adaptação do “cenário do fim da vida”, evitando-se “isolar” o paciente no processo do morrer: No ambiente físico, detalhes como a presença de cores nas paredes, quadros, etc. O estabelecimento de um local reservado para relaxamento e/ou períodos de silêncio, favorecendo o respeito à dimensão espiritual (não se trata em absoluto de qualquer religião específica); O desenvolvimento da possibilidade do paciente (apto à) passear pelo espaço verde dos jardins do Hospital, sob supervisão, além do estímulo à presença constante de acompanhantes incluindo condições de alimentação oferecidas aos mesmos pelo Hospital.
Foi apresentado ainda à direção do Hospital, um projeto para a Normatização do Óbito Hospitalar.
A elaboração de um projeto a ser apresentado para a instalação de uma UNIDADE DE CUIDADOS PALIATIVOS no Hospital da Lagoa encontra-se em fase de conclusão.
Palestras foram proferidas no exterior para a disseminação deste modelo organizacional de Serviço Voluntário em CP nos EUA, Alemanha, Noruega e Itália, onde Dra. Adriana recebeu a acreditação e um grande estímulo para a continuidade do projeto de médicos e psicólogos renomados como Dr. William Breitbart, Dr. Martin Fegg, Dra. Karen Hagen e Dr. Gian Borasio.

Reflexões Finais: “A educação para a morte e a formação de formadores, ou seja, voluntários capazes de educar novos voluntários, capacitando-os para a continuidade do trabalho realizado no hospital, constituiu para mim, um princípio básico, essencial para a disseminação do que pode vir a ser um modelo de treinamento de voluntariado em hospitais. Relatos positivos foram ouvidos com freqüência, vindos dos funcionários do HL, dos pacientes e suas famílias, diminuindo talvez seus processos de solidão e sofrimento diante do encontro com a terminalidade e a finitude da vida, fazendo-se, portanto, o voluntário, de enorme importância à beira do leito. Pode-se ainda concluir que os voluntários sentem-se especialmente gratificados com o trabalho realizado por eles no GIRASoHL na medida em que relatam mudanças positivas significativas em suas vidas. Peter Temes afirma que quanto mais se foca em ajudar os outros, maior é o sucesso em atingir seus próprios objetivos e ainda cita Aristóteles e sua noção de que a felicidade não é um estado psicológico, mas moral, resultado de fazer o bem para o mundo.” Adriana Thomaz

Concepção e Coordenação: Dra. Adriana Thomaz; Responsável técnico no Hospital da Lagoa: Dr. Alcio Braz; Suporte técnico especializado em Dor e Cuidados Paliativos: Dr. Fabio Kopp Vanuzzi.
[1] Projeto desenvolvido nos EUA pelo National Consensus Project que é formado pela American Academy of Hospice and Palliative Medicine, Center to Advance Palliative Care, Hospice and Palliative Nurses Association e National Hospice and Palliative Care Organization (www.nationalconsensusproject.org )

Detalhamento do Projeto

· Título da Atividade Educativa

EDUCAÇÃO NOS TEMAS LIGADOS AO FIM DA VIDA e AOS CUIDADOS PALIATIVOS NO CONTEXTO HOSPITALAR

· Coordenação Geral

Adriana Thomaz, médica, Membro Ativo da Sociedade Internacional de Psico-Oncologia (IPOS) e da Associação Internacional de Hospice e Cuidados Paliativos (IAHPC) e da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), com treinamento teórico-prático em Psico-Oncologia e Cuidados Paliativos no SKMCC[1] em Nova Iorque com Dr. William Breitbart e formada no Curso de Aprimoramento em Teoria, Pesquisa e Intervenção em Luto pelo Instituto de Psicologia 4 Estações, em São Paulo, além de participar como palestrante apresentando o Modelo Organizacional de Trabalho Voluntário no Contexto Hospitalar, no Centro de Cuidados Paliativos do Hospital Universitário de Munique, Alemanha, a convite do Dr. Gian Borasio e Dr. Martin Fegg e na Instituição Voluntária Franciscus Helpfern, serviço especializado em Home-Hospice em Oslo, Noruega, a convite da Dra. Karen Hagen.

· Setor e Local de Atuação:
Hospital Geral da Lagoa

Breve Histórico da Entidade e da Proposta Educativa:

O programa voluntário nasceu a partir de um grupo de meditação budista, conduzido pelo Doutor Alcio Braz. Com estímulo e a convite de Dra. Adriana Thomaz, uma das integrantes deste grupo de meditação, surgiram, no mês de maio do ano de 2005, os primeiros voluntários do que se tornaria o GIRASoHL.

Foi dado início então às reuniões semanais de cerca de duas horas de duração com o objetivo de formar e preparar este grupo de voluntários que rapidamente se multiplicou, passando a ser constituído de outras pessoas além do grupo de meditação.

A escolha do nome para o grupo partiu de uma sigla, a saber – Grupo Interdisciplinar de Atuação Solidária do Hospital da Lagoa, que ao ser apresentada para o grupo, passou a ser entendida pela abreviação das letras H e L, Humanitária e Livre, já que foi prevista a possibilidade do projeto se estender para além dos muros do Hospital da Lagoa.

O projeto aconteceu durante os anos de 2005 e 2006, entrando em recesso a partir do ano de 2007. Apenas algumas atividades continuam acontecendo, de maneira informal, como as visitas à beira do leito, pelos voluntários treinados no decorrer do projeto.

Durante dois anos, mais de 50 pacientes foram apoiados e cuidados no seu processo de morrer, com oferta de suporte emocional também aos seus familiares e entes queridos. Cerca de 20 profissionais de saúde, dentre eles médicos, residentes, enfermeiros e até os funcionários da cantina de alimentação, foram tocados pelo movimento de educação para a morte e para os cuidados ao fim da vida, mudando o conceito de morte interdita, luto não autorizado ou não franqueado e dignidade como base dos Cuidados Paliativos no contexto hospitalar e fora dele.

· Responsáveis técnicos pelo projeto
Dr. Alcio Braz, pelo setor de Saúde Mental e Dra. Rima Farah, pelo Centro de Estudos do Hospital da Lagoa.

· Modo de Encaminhamento dos Pacientes/Familiares ao Projeto
Formal: Dr. Alcio Braz e outros médicos do setor de Saúde Mental.
Informal: Enfermeiras da Quimioterapia ou dos andares e os pacientes/familiares já acompanhados pelo grupo “indicam” outros pacientes/ familiares para receberem o mesmo acompanhamento.

· Objetivo Geral
Formar um grupo voluntário treinado e preparado para a condução não só de visitas aos pacientes terminais do Hospital da Lagoa, como para a Educação para a Morte junto aos profissionais de saúde, pacientes e familiares.

· Objetivos Específicos da Atividade Educativa:
Ressaltar a importância do voluntariado no contexto hospitalar, especificamente voltado para o acolhimento emocional dos pacientes diante da terminalidade e finitude da vida, em seus processos muitas vezes solitários e angustiantes. Esta proposta visa ainda, solidificar o papel importante do voluntário treinado no que diz respeito ao acolhimento das famílias em seus lutos antecipatórios, a partir do momento do diagnóstico de uma doença potencialmente incurável e nas muitas e longas internações hospitalares. Propõe-se ainda, a investigar um novo campo de atuação dos voluntários no contexto hospitalar: a Educação para a Morte, para as Perdas e para o Luto. De acordo com a literatura e com a prática da coordenadora, Dra. Adriana Thomaz, este desenho de projeto voluntário, através dos grupos de acolhimento e reflexão para os profissionais de saúde, também reforça a importância do Cuidado aos Cuidadores. Refere-se aqui, ao cuidado aos profissionais de saúde, que vivem o chamado luto do profissional, na maioria das vezes não reconhecido. Despreparados emocionalmente para o enfrentamento dessas situações no seu cotidiano, momentos de stress, impotência, sensação de fracasso e isolamento são freqüentes. Este trabalho pretende ainda estimular a disseminação deste modelo de capacitação de voluntários, pois acredita-se no seu potencial transformador de vidas, re-significadas através do exercício pleno desta atividade.

· Principais Atividades desenvolvidas no Ambiente Hospitalar

#Visitação à beira do leito

Acontece durante a semana obedecendo a uma escala montada semanalmente, durante a Supervisão, onde são apresentados os Relatórios de visitação.
A duração depende de cada caso e da disponibilidade do Voluntário e da necessidade do paciente e sua família. Mínimo: 2 horas por semana.
Supervisão das visitas oferecida pela Coordenação: Acontece uma vez por semana dentro do Projeto de Educação Continuada (obrigatório). A duração é de 1 hora aproximadamente e se dá com todos os voluntários que já fazem a visitação ao pacientes e suas famílias, à beira do leito.
Elaboração de Relatórios
Relatórios são feitos por todos os voluntários após cada visita e enviados ao grupo por e-mail e são apresentados uma vez por semana ao Supervisor e discutidos em grupo.Ver anexo 2.

#Grupo de Apoio Voluntário COLU (Grupo de Apoio à familiares Enlutados)

Aberto ao público interessado em compartilhar e trocar experiências sobre a perda de um ente querido.Colu significa COMPARTILHANDO O LUTO
Periodicidade: Encontros semanais por 3 meses ou mais. O principal objetivo do Grupo de Apoio CoLu é a troca de vivências, a livre expressão dos sentimentos e a possibilidade de falar sobre a perda de alguém especial abertamente . Através da troca de experiências, de conversas e de técnicas adequadas, os componentes do grupo auxiliam-se e confortam-se compartilhando a dor, a saudade e o luto e, desta maneira, revelam como cada um busca enfrentar a perda e continuar a vida. Pelas trocas realizadas, o grupo se faz um poderoso agente de transformação.

O Grupo de Apoio é não diretivo, aberto e flutuante, isto é, participam as pessoas que quiserem, quando quiserem, sem qualquer ônus. Exige-se porém comprometimento com as tarefas e com a forma de funcionamento estipulada. Não é necessário ter qualquer vínculo com o Hospital, porém é um importante agente de conforto aos familiares atendidos pelo GIRASoHL antes e depois da morte de seu ente querido.


#MODELO de Grupo de Apoio aos Profissionais de Saúde - Cuidando de Quem Cuida

Objetivo: Possui a finalidade de compor um espaço de aprendizagem e troca diante da situação de perda e morte vividas pelo profissional de saúde no seu dia-a-dia.

Periodicidade: 10 encontros semanais de 50 minutos. Horários foram previamente combinados com a chefia dos setores.

Justificativa: Não há suporte profissional institucionalizado para ajudar no enfrentamento da morte ou das doenças graves potencialmente incuráveis. A vivência do stress pelo contato constante com a possibilidade e a ocorrência da morte pode ser pensada como uma vivência de um luto do profissional em relação aos pacientes perdidos e à sua situação de trabalho.
Na medida em que a morte é uma questão assustadora, temida e incômoda, o trabalho no hospital, onde o contato com a possibilidade ou ocorrência da morte é constante, pode provocar sentimentos muito intensos nos profissionais de saúde como medo, angústia, ansiedade e muitas vezes sintomas físicos. A morte de um paciente causa um impacto muito grande na identidade pessoal e profissional de toda a equipe que cuida do paciente. O modo como o profissional compreende o conceito de morte, bem como a forma que relaciona este conceito com sua própria existência e as suas vivências pessoais de perdas anteriores dentro e fora do âmbito profissional, são aspectos que influirão na sua atuação diante da morte.Pacientes e familiares projetam no profissional de saúde aspectos emocionais decorrentes da situação de hospitalização e/ou da gravidade da doença, o que leva o profissional a utilizar-se de mecanismos de defesa, para proteger-se da ansiedade gerada pela pressão dos pacientes, familiares e também pela cobrança pessoal.A negação da morte é um mecanismo constantemente utilizado pelos profissionais, o que acaba por impossibilitar o reconhecimento das angústias do paciente e familiares frente a morte, não favorecendo a elaboração do luto.
Conclusão:

• há uma lacuna na formação e preparo dos profissionais de saúde para lidarem com a morte.• há uma tendência, por parte de médicos, enfermeiros e psicólogos, em falar mais sobre vida, negando-se, muitas vezes, a iminência da morte. Esta posição pode inviabilizar a vivência do luto antecipatório.• a ausência de suporte profissional na instituição contribui para a não realização de trabalhos para ajudar no enfrentamento da morte tanto para as famílias quanto para os profissionais. A prática deste trabalho de enfrentamento é muitas vezes, de caráter informal.• a vivência do stress pelos profissionais de saúde devido ao contato constante com a possibilidade e a ocorrência da morte, tal como citado pela literatura, pode ser pensada, a partir dos sentimentos experienciados pelos sujeitos, como uma vivência de um 'luto do profissional' em relação aos pacientes perdidos e à situação de trabalho, com possibilidade de desenvolverem a Síndrome de Burnout.

• é necessário existir estudos e práticas de suporte aos profissionais de saúde que trabalham com Cuidados Paliativos, para que eles, por sua vez, possam fornecer o devido suporte que lhes é exigido pelos pacientes e familiares.


#Projeto Integração Corpo-Mente - Cuidando de Quem Cuida

A partir do Grupo de Apoio aos Profissionais de Saúde, surgiu o Projeto Integração Corpo-Mente, no qual alguns voluntários propuseram-se a continuar o cuidado oferecido aos profissionais de saúde do Hospital da Lagoa. Através de sessões de Massoterapia, Shiatsu e Reflexologia, técnicas de massagem específicas que os mesmos já dominavam anteriormente, o projeto se instalou nas dependências do ambulatório, em uma sala cedida para tal atividade, a partir de um agendamento prévio, feito no próprio hospital. As sessões aconteceram uma vez por semana, com duração aproximada de 1 hora, por 6 meses.
As terapias de toque oferecidas no Projeto Integração Corpo-Mente foram muito bem aceitas pelos profissionais, que se revezavam em filas para o agendamento das mesmas. Especialmente no hospital, onde o isolamento é uma constante, tais práticas definem-se como um trabalho importante cuja eficácia deveria ser avaliada a posteriori, no que diz respeito à diminuição dos índices de absenteísmo e Burnout entre estes profissionais, futuramente se constituindo em um objeto de pesquisa científica a ser elaborado com o apoio do Centro de Estudos.


#Meditação

Acontece há cerca de dez anos até a presente data, duas vezes por semana, nos jardins do Hospital, sob coordenação e condução do Dr. Alcio Braz, que além de médico psiquiatra, é também monge budista. A meditação é aberta para todas as religiões. Os pacientes que têm possibilidade de locomoção e que assim desejam, também participam, assim como seus familiares e funcionários do hospital.

[1] Sloan-Kettering Memorial Cancer Center