domingo, 9 de novembro de 2008

Critérios de Avaliação da Atividade Educativa

“Como coordenadora e idealizadora do projeto, considero a Educação para a Morte o tema mais importante abordado e estudado pelo GIRASoHL além do acolhimento oferecido a beira do leito de morte dos pacientes hospitalizados.
"As condições físicas e emocionais daqueles que estão morrendo são tão precárias quanto o contato interno que temos com o tema da morte. Precisamos, com urgência, acolher nossa vulnerabilidade frente à morte. Falar sobre ela. Assim, juntos, poderemos desenvolver uma consciência coletiva mais preparada para lidar com as necessidades físicas, emocionais e espirituais daqueles que estão frente à morte." e posso acrescentar às sábias palavras de Bel César[1], terapeuta dedicada ao cuidado de pacientes frente à morte, que, em nosso trabalho, também nos preparamos para lidar com as necessidades de todos os integrantes da cena de morte no Hospital –médicos, enfermeiros, profissionais de saúde em geral, cuidadores, amigos e familiares. Daí a necessidade do intenso trabalho de preparação feito junto aos voluntários do GIRASoHL. Até a beira do leito existe um caminho a ser percorrido.
"Ao superarmos o preconceito de falar sobre a morte, atenderemos às nossas necessidades ainda não vistas e consideradas pelo mundo externo. No entanto, só seremos capazes de incluir a morte em nossas vidas quando admitirmos com honestidade onde estamos e para onde queremos ir", ainda citando Bel César, considero que o trabalho voluntário no tema da morte nos proporciona um enorme crescimento pessoal na medida em que nos confrontamos com nossos verdadeiros objetivos e muitas vezes os resignificamos: "Podemos escolher cuidarmos de nós mesmos. Podemos educar nossa mente a seguir positivamente, isto é, a reagir positivamente às adversidades. Podemos treinar a mente a atravessar as dificuldades em vez de negá-las ou de criar uma aversão por elas. Aquele que lida diretamente com suas dificuldades sabe seguir em frente sem se deixar prender por aquilo que deixou para trás." "Então, vamos encontrar um meio delicado e ao mesmo tempo direto para sondar este tema que desperta áreas obscuras e preconceituosas tanto em nossa cultura como em nosso mundo interno. Vamos falar de coração para coração. Sem preconceitos. Não há nada de errado em morrer quando as causas e condições amadurecem.”
Adriana Thomaz

[1] Bel Cesar é Terapeuta. Dedica-se ao atendimento de pacientes que enfrentam o processo da morte. Autora do livro "Morrer Não Se Improvisa". Citações retiradas do "Coletânea de textos sobre Cuidados Paliativos e Tanatologia" da UNIFESP, 2006.

Nenhum comentário: